anda, diana

 

 

Quero falar do que escondemos. Não existi quase toda a minha vida por culpa da crença
de ter de existir num corpo que não era o meu. Vou parar de pedir desculpa ao
policiamento da norma, que destrói tudo que difere dela própria. Não sou incompleta.
Quero parar esta violação da minha intimidade e ninguém me dirá como ser. Deixei de
procurar o meu corpo no corpo do outro e encontrei-me com o outro. No trato secreto que
faz do meu corpo um contador de histórias, encontrei o sentido do seu estado íntimo e
real.
Diana Niepce
Em Anda, Diana, a bailarina e acrobata Diana Niepce retrata a reconstrução do seu eu,
depois de uma queda (ao qual ficou com uma lesão medular), num diálogo honesto entre
corpo e mente, entre a lógica e o caos, até construir o corpo que dança. Nesta peça,
propõe-se a questionar o que é a norma, desafiando preconceitos e ideias que a
sociedade tem relativamente à estética dos corpos. Aqui, a deficiência, apesar de
presente, não se posiciona no lugar de vítima do sistema. Antes, este corpo fora da norma
posiciona-se como revolucionário.
O projeto Anda, Diana estreou em Abril de 2020 no TBA – Teatro do Bairro Alto, vencedor
do prémio SPA-2021 e conta ainda com uma autobiografia editada pela Sistema Solar.
Uma narrativa interior desenvolvida a partir de factos cruelmente reais, contaminados pela
perspetiva artística da autora.

Direção artística: Diana Niepce
Assistência à criação: Bartosz Ostrowski

Interpretação: Bartosz Ostrowski, Diana Niepce, Joãozinho da Costa
Apoio Dramaturgico: Rui Catalão
Direção Técnica: Roger Madureira
Desenho de luz: Carlos Ramos
Música: Gonçalo Alegria
Figurinista: Silvana Ivaldi
Apoio ao movimento: Joa Cirque
Direcção de produção: Joana Costa Santos
Produção: As Niepce’s
Difusão: Something Great
Coprodução: TBA – Teatro do Bairro Alto, O Espaço do Tempo, Produção d’Fusão
Residência de coprodução: O Espaço do Tempo, Biblioteca de Marvila
Financiado por: República Portuguesa – Cultura / Direção-geral das Artes, Embaixada da
Polónia em Portugal, Adam Mickiewicz Institute

 

I want to talk about what we hide. I didn’t exist almost my entire life because of the guilt of
having to exist in a body that wasn’t mine. I will stop excusing the policing of the norm,
which destroys everything that differs from itself. I am not incomplete. I want to stop this
violation of my privacy and no one will tell me how to be. I stopped looking for my body in
the other’s body and found myself with the other. In the secret treatment that makes my
body a storyteller, I found the meaning of its intimate and real state.
Diana Niepce
In Anda, Diana, the dancer and acrobat Diana Niepce portrays the reconstruction of her
self, after a fall (to which she was left with a spinal cord injury), in an honest dialogue
between body and mind, between logic and chaos, until she built the dancing body. In this
piece, she proposes to question what the norm is, challenging prejudices and ideas that
society has regarding the aesthetics of bodies. Here, the disability, although present, does
not take the place of the victim of the system. Rather, this non-standard body is positioned
as a revolutionary.
Anda, Diana premiered in April 2020 at TBA – Teatro do Bairro Alto and has won the
SPA2021 award, also has an autobiography edited by Sistema Solar. An inner narrative
developed from cruelly real facts, contaminated by the author’s artistic perspective.

Artística Direction: Diana Niepce
Creative Assistance: Bartosz Ostrowski

Interpretation: Bartosz Ostrowski, Diana Niepce, Joãozinho da Costa
Dramaturgy Support: Rui Catalão
Light Design: Carlos Ramos
Music: Gonçalo Alegria
Support: Joa Cirque
Costumes: Silvana Ivaldi
Production Manager: Joana Costa Santos
Production: As Niepce’s
Distribution: Something Great
Co-Production: TBA – Teatro do Bairro Alto, Espaço do Tempo, Produção d’Fusão
Co-Production Residency: O Espaço do Tempo, Biblioteca de Marvila – CML
Financed by: República Portuguesa – Cultura / Direção-geral das Artes, Embaixada da
Polónia em Portugal, Adam Mickiewicz Institute